quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Atrocidades humanas

Podiam ser os pais, mas não. São os maridos.
Lá venho eu explorar o Macaco Nu que teima em ser, como sempre foi. Uma notícia  - que me chocou -, fez-me crer que neste mundo o sentido de justiça está longe do nosso alcance e que, muito provavelmente, nunca será minimamente alcançada em países liderados por homens fanáticos e moralmente desinstruídos, sejam eles ou não religiosos. A História da Humanidade está repleta de vilões: Ivan o Terrível, que gostava de ver as pessoas a fritarem ou a cozerem em caldeirões, passando por Vlad, que empalava até mesmo a mais inocente criança. Finalizo com Idi Amin, um fervoroso adepto de matar pessoas com martelos. O mundo veio a habituar-se a todo o tipo de loucuras sem que com isso fizesse o que fosse, para meter fim às atrocidades humanas. Independente da idade, as mulheres sempre foram o alvo preferido dos sistemas castradores, como tal, é preciso salvaguardá-las da ignorância dos seus chefes de estado. Infelizmente não há na História da Humanidade qualquer invasão de países que matam pessoas por excisão, apedrejamento, violação, tráfico de crianças, mulheres, etc. Parece que todos os polícias do mundo (NATO, ONU) ficam cegos.

Hoje escrevo sobre uma menina de 8 anos que morreu na lua-de-mel, após o seu marido de 40, ter tido relações sexuais com ela. Morreu devido às extensas lesões no útero. Toda a notícia é repleta de incongruências: 8 anos, lua-de-mel, marido de 40 anos, relações sexuais. Para juntar mais lenha à fogueira, acresço o facto de que, a menina, foi vendida pelo pai.

Quero distanciar-me do meu lado ocidentalizado para não cometer erros de interpretação, mas não o consigo fazer pois sou um homem perto dos 40 e o qual gostaria muito de ter uma filha. Pergunto-me, em que nundo vivemos? Como tudo isto é possível sem que haja uma mente governativa que proíba este tipo de actos, ou até mesmo, uma autoridade internacional? São crianças que estão em jogo e que são subjugadas aos prazeres carnais de homens sem qualquer tipo de moralidade e, muitos deles, revestidos de poderes divinos. Independentemente de se tratar de um país que é mal visto pelo ocidente, o Yemen, este tipo de situações acontecem em toda a parte do mundo - por exemplo no Brasil algumas crianças perdem a virgindade aos 12-13 anos com homens acima dos 30. É nossa função apontar este tipo de casos, levá-los a debate, fazer com que este tipo de situações não aconteçam.  

Há quatro anos a lei no Yemen tentou ser alterada para que, o casamento só fosse possível com uma idade mínima de 17 anos tentando, na minha perspectiva, salvaguardar as crianças do sexo feminino, porém foi chumbada pelos parlamentares conservadores que consideraram a lei como sendo não-islâmica.

Independente da religião, possa ou não estar por trás das atitudes (a maioria das vezes está), as pessoas deviam ter uma clarividência moral intrínseca que lhes permitissem ter uma lei, mas que, acima de tudo, permitissem saber o que é moral fazer. Para que o simples vislumbre: "Não se pode vender crianças em obriga-las a ter relacionamentos", fosse uma realidade.

Voltando ao princípio, que futuro esperam dar às mulheres, no Yemem, Arábia Saudita, China, Índia, Quirguistão, etc, quando o simples facto de existirem é visto como um mal; um mal necessário?

Aqui há gato, não há?

2 comentários:

  1. Respondendo à tua última questão: nenhum. Dar um futuro às mulheres não, de todo, uma preocupação desses homens. Além disso as mulheres são consideradas bens que, ao serem vendidos, sustentam a família (nem que seja pela quantidade de comida que deixam de consumir).
    O problema do Yemén é agravado pela extrema pobreza que faz sobressair o pior que aquela sociedade tem.
    Mas também acho que esta é uma guerra que não pode ser ganha através das armas. Informação, educação, pressão internacional para que sejam aprovadas leis. Mas guerra? Iria acrescentar mais uma desgraça à vida dessas vitimas.
    É um problema real sem solução à vista.
    Eu fico com náuseas sempre que oiço este tipo de notícia.

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    1. Isso é tão difícil... :\ Tenho tanta pena que não se consiga ver um pouco além...

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