Penso que a maioria
das pessoas não esperava tantas surpresas como nestas eleições autárquicas.
Quem diria que o partido do táxi, quer dizer o CDS-PP, ganharia 5 câmaras e
ainda regozijasse com a vitória de Rui Moreira na Câmara do Porto. Adoro quando
os partidos que “nada” têm a ver com outras candidaturas se felicitam só porque
têm um amigo, de um amigo, que sugeriu Rui Moreira para presidente da Câmara do
Porto. Bem, mas isso faz o CDS-PP muito bem, aproveitando os louros dos outros
para subir na vida política.
A segunda surpresa da
noite, foi a desigualdade percentual entre PS e PSD. Não esperava uma diferença
tão grande (PS – 36,5% | PSD – 26,5%), até penso que nem o secretário-geral do
PS esperava que, mesmo perdendo alguns bastiões socialistas, podiam chegar a
estes números. Gostei também da forma displicente como Pedro Passos Coelho
falou aos Portugueses, mas sempre muito em linha com o “Estou-me lixando para
as eleições”. É muito humano este rapaz.
A terceira surpresa: A
queda do funchal para a esquerda. Foi o choque nacional, foi um anticiclone do
camandro. O Jardimquistão acabava de levar 7 tiros no porta-aviões e, agora,
prepara-se para ir ao fundo. É uma questão de ler os sinais. Claro que Alberto
João Jardim veio logo dizer que a culpa é do PSD do continente. Adoro estas
pessoas que nunca assumem as suas responsabilidades, mas até é compreensível
para uma pessoa que teve que esconder as contas da Madeira do governo de José
Sócrates. Mas que foi surpresa, foi.
Agora, e para acabar,
pois o dia já vai longo, quero falar na Grande surpresa, na surpresa tão
surpreendentemente surpreendente, que faria o pai natal passar despercebido
caso aparecesse. Estou a falar na vitória de Paulo Vistas pelo concelho de
Oeiras. Foi com pena minha – vivi 25 anos no concelho de Oeiras -, que vi o Sr.
Paulo Vistas a enviar abraços para a prisão com saudade de Isaltino Morais.
De notar que Isaltino
Morais está preso pelos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais,
num processo que se arrastava há perto de 10 anos mas, mesmo assim, ele foi a
cabeça por detrás da campanha de Paulo Vistas e até o seu nome - Isaltino
Morais - apareceu no púlpito no qual Paulo Vistas falou estridentemente sobre a
sua vitória e no grande homem, corrupto, mas grande homem Isaltino Morais que até teve direito a rejúbilos em frente à sua nova residencial, a prisão.
Sempre ouvi dizer que
a vida é muito irónica e não deixa de ser irónico o concorrente directo de
Paulo Vistas ser o Sr. Francisco Moita Flores, um ex-PJ na área de investigação
criminal. Só mesmo no Dartacão é que os bons ganham sempre. Perder as eleições
para uma pessoa que é corrupta e está presa, é obra e é uma grande surpresa. O polícia perde para o ladrão.
- Moita Flores, esta foi pior que a tua sessão espírita na Televisão.
Aqui há gato!
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