terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Esta é a nossa Casa...

O Ser humano apareceu há pouco mais de 200 mil anos nesta Terra que habita o Universo há 4,5 mil milhões de anos. Desde os tempos do grande caldeirão de fogo e de uma atmosfera repleta de dióxido de carbono até ao oxigénio, muitos milhões de anos passaram e muitas alterações sofreu este pequeno ponto azul suspenso nesta imensa galáxia engolida num vazio. Nesse tempo a Terra com todos os seus inúmeros ecossistemas, tornou-se “una”, tudo ficou encadeado, o ar, a terra, o Sol, a água e fogo de mãos dadas até ao fim. Cada espécie tinha o seu lugar, nenhuma é nociva ou inútil.
Todas se equilibravam.

Com o aparecimento do Ser Humano e principalmente depois de 1950, o mundo nunca mais foi igual. O crescimento pós segunda guerra mundial, confinou-se ao crescimento económico tendo como base o carvão e o Petróleo. Nunca, até então, se consumiu tamanha quantidade dos mesmos. Hoje, com a necessidade crescente da Agricultura, desenvolveram-se petroquímicos que possibilitam fertilizar terrenos não-aráveis, como desparasitar as colheitas. Para isto tudo, são necessárias muitas toneladas de água e petróleo. Sabemos, hoje, que 70% de toda a água utilizada pelo ser humano, é para a agricultura e criação de gado. Esta agricultura megalómana não serve para matar a fome, mas sim, para a criação dos famosos biocombustíveis e alimentar o gado; gado esse que já não pasta, encontrando-se, agora, em campos de concentração bovino única e exclusivamente para alimentar as sociedades mais desenvolvidas a um ritmo avassalador e à custa de muita água (13000 litros por cada kg de carne). Nunca tivemos tanta abundância e diversidade de alimentos, porém a fome continua a matar milhões de pessoas todos os anos. Desgastamos os solos e muitas das vezes arruinamo-los devido ao abuso de pesticidas; estes, que entram pelos solos adentro e pelos lençóis de água subterrâneos. Contaminamos o ar, exploramos o subsolo, esvaziando a Terra das suas entranhas, somente para satisfazer as nossas exageradas e descabidas necessidades.


O Petróleo está no fim e Nós não queremos ver o seu fim. Tudo na nossa vida depende do ouro negro. Cada vez mais a necessidade de energia é maior, rápido, cada vez mais rápido abrimos a Terra à procura de minerais, gás, gemas e petróleo. Devastamos florestas à procura desses produtos, substituímos a flora por árvores da borracha (biocombustível) e eucaliptos (papel) que destroem toda a vegetação à volta e sugam toda a água dos solos. Os centros urbanos são cada vez maiores, com mais necessidades e ninguém pára para pensar um pouco no que estamos a fazer ao nosso planeta azul e com os nossos semelhantes, onde mil milhões de pessoas passam fome.


Enquanto não pensarmos que tudo está ligado, não existe grande esperança para todos nós e muito menos esperança para as gerações vindouras.
Vivemos num mundo onde se gasta 12 vezes mais em armamento do que em ajudar os países em vias de desenvolvimento, onde 5000 pessoas por dia morrem por não beber água potável enquanto mil milhões não têm qualquer acesso directo a água potável, onde mil milhões passam fome, onde 50% dos grãos/sementes são utilizados em biocombustíveis e na alimentação de gado; onde 40% das terras sofrerão danos irreversíveis devido ao abuso de petroquímicos; onde todos os anos 13 mil milhões de hectares de floresta desaparecem; onde as espécies de animais desaparecem 1000 vezes mais rápido do que o expectável; onde ¾ das zonas piscatórias estão praticamente esgotados; onde o efeito de estufa tem-se agravado derretendo mais de 40% dos calotes polares. Só que isto não passa na TV.

Existem estimativas que apontam para 200 milhões de pessoas refugiadas em 2050, devido às alterações climáticas. Em pouco mais de 100 anos, conseguimos alterar profundamente o legado que nos foi deixado por 4,5 mil milhões de anos da existência deste planeta. O custo das nossas acções é muito alto e muitos, nem envolvidos foram, vêem-se apanhados nesta bola de neve. A luta pela sobrevivência é grande e o ser humano não pode deixar de satisfazer as suas necessidades.

Aquilo que pergunto é o seguinte: Serão suficientes as ciências e a educação para inverter esta tendência, ou terá mesmo razão, Desmond Morris – autor do Macaco Nu -, que o ser humano tem um fundo biológico suicida? Valerá a pena trazer ao mundo um filho?


Não há lugar para pessimismos, eu sei, mas como se resolve um problema exponencial, cuja grande incógnita é o ser Humano? Aqui há gato!

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Oui c'est moi.

Aqui está o que faltava no mundo da internet. Quando ninguém quer ser rotulado lá aparece uma aplicação, ou uma app como chamam os técnicos, a fazer o contrário. Ao que consta, os homens que estão filiados no Facebook podem ser alvo de uma votação feminina, sejam elas namoradas, ex-namoradas (foda-se), mães, amigas, amantes, conhecidos, o cão, o gato, ou como li; ”outra coisa qualquer”. Portanto, está tudo autorizado. Através de um algoritmo que vasculha tudo o que é dito sobre essa pessoa, aparecerá uma classificação (0-10) que ficará para sempre – sim, tudo na net é para sempre-, no perfil dessa dessa pessoa nessa app. Já não bastava a classificação IMDB dos filmes, agora também veremos homens cotados em bolsa. Já vejo as mulheres a dizer; “ Ai, eu sou vou ao perfil de homens de 8 para cima!”. Pelo menos é o que faço com os filmes.

Tudo serve para classificar um homem; se é querido, se sabe cozinhar, se tem sentido de humor, se bomba que nem um Robocop ou pensa que sacudir a pilinha é masturbação, se faz bem o Amor ou se pensa que o Pornhub é um léxico de ajuda sentimental, se toma banho, se vai ao ginásio, se gosta de crianças, mas não é padre, se gosta de animais, mas não é padre, se tem um grande pirilau ou se tem uma cova cheia de pêlos, etc. Tudo servirá para que, depois de uma espreitadela, um homem possa ser “escolhido” de acordo com a sua pontuação.

Há pessoas que são a favor – muitos homens pelo que consta-, outras, nem por isso. Na minha opinião não faz grande sentido cotar uma pessoa. O que aprendi com o Facebook, é que é fácil dar cabo de relacionamentos, sejam eles amorosos ou de amizade, por um simples comentário. Agora imaginem se há alguém a prejudicar a pontuação. Vá, é ridículo, proporcionalmente ridículo à pontuação que têm, até porque, e para quem já teve as suas namoradas e namorados, o que é um 10 para um pode ser um 5.5 para outro. E o ser humano gosta tanto de meter defeito em pessoas porreiras.

Já imagino alguns homens a falar entre si: “Epá consegui chegar aos 8.5 no Lulu”, “ As miúdas ficam malucas, criei um perfil falso e já sou um 9.6 no Lulu.” Pois é, esta aplicação chama-se Lulu. Homens! Vamos ser cotados por um Lulu! Não vou tecer mais considerações sobre o nome da app para não ferir susceptibilidades, mas caramba, não havia pelo menos um nome internacionalmente mais forte?

Continuando: Isto tem sempre um lado perverso que chegará cedo. Os homens farão uma mesma aplicação sobre as mulheres mas com outros pormenores mais sórdidos. Sabem como é malandro; malandro não pára, malandro dá um tempo e vai haver muita mulher cotada, não porque saiba cozinhar, mas porque sabe engolir.

Aqui há gato. Se não há, vai haver.
Vasco 

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O Porto, carago!

Já não ia ao Porto faz mais de 10 anos e quando, ainda jovem, não me surpreendeu aquela cidade. Porém, talvez amadurecido, voltei para desfrutar um pouco da vida dessa cidade. Confesso que se tornou numa agradável surpresa em todos os aspectos. Na simpatia, na gastronomia e na paisagem, óptima para fotografar. A par de me reunir com familiares, a fotografia era também um objectivo. Ficou longe de ser saciado a vontade de fotografar, mas que fique escrito que o Porto é lindo. Quero ver se volto, com mais tempo para fotografar, estar com os meus primos e claro, para comer aquelas sandes de presunto pelas quais ainda salivo.





sábado, 9 de novembro de 2013

Inspirador

Sem dúvida que o Mundo em que vivemos revela-se pejado de problemas e, muitos de nós, jamais teremos a oportunidade de sentir este vídeo de uma forma completa, pelos azares da vida, outras agruras ou incapacidades. Deixem-se contagiar, pela fotografia, pela palavra e pela música. Aqui posto, um discurso inspirador, com imagens não menos inspiradoras onde os sonhadores se deliciarão com a abordagem à vida feita desta forma, tão simples. Faz-me sentido pensar assim e, mesmo que por vezes seja demasiado duro com o Macaco Nu que vive atribulado dentro de nós; podemos fazer melhor, sempre que conhecemos alguém, sempre que nos vemos envolvidos numa situação virtuosa e com potencial. Vamos aproveitar esta magnífica viagem? Vamos, pois é única e intransmissível.
Agradeço ao amigo Hugo por este achado. Parafraseando-o; "Um timelapse resume um pouco o que queremos da vida… fatiá-la para desfrutar das melhores fatias.". Nem mais!
Favor meter em fullscreen

Um dia, nunca é só um dia. É uma dádiva do Universo.
Olhem para o Céu, pelos menos uma vez nesse dia e lembrem-se do quão especial somos neste vasto Universo que nos acolheu, possivelmente, para todo o sempre.


quinta-feira, 31 de outubro de 2013

São Miguel

Poderia ter sido um desastre, pois o tempo não ajudou. Um nevoeiro cerrado não deixou ver nada mais do que as nossas mãos, porém o que podia ter sido um desaire completo, tornou-se numa excelente experiência pelos Açores com novas descobertas (salto do Cabrito e Salto do Prego) e os inúmeros encantos da região.


Em minha companhia levei, nada mais, nada menos, que as duas melhores amigas – pessoas preponderantes na minha vida e que, contra tudo e contra “todos”, se mantiveram ao longo do tempo ao meu lado -, que tenho. Puxando pela imaginação tentaram chegar à ideia da Lagoa do Fogo ou das Sete cidades, pois com o nevoeiro existente na altura só a imaginação podia dar vida às montanhas e vales de São Miguel. Já de cabisbaixo, o Sol fez das suas e deu um ar de sua graça. Foi no último dia foi possível ver “tudo” e aí mostrar do que é feito aquela terra que toca a magia. Continuo a dizer – não conheço todo o Portugal -, é a região mais bonita de Portugal. Porém, ainda não sabíamos que esse último dia não seria o último, mas sim o penúltimo, pois com o voo de regresso estava cheio, tivemos que ficar mais um dia pelos Açores, onde descobrimos o salto do prego; uma maravilha da natureza. 

Quem sempre nos ajudou foi um Hyundai-Picanto que, sendo um 1000 de cilindrada, fez de 4x4 em subidas íngremes, e pisos manhosos. Que máquina! Qualquer coisa que não fosse uma descida, ou queda livre, não passava dos 60Kms/h, recorrendo sistematicamente à 1ª velocidade para sentirmos todo o seu poder – Nenhum! Ainda bem que tínhamos uma música para descontrair. “Bailámos” ao som dos Velvet Carochinha! Que malha!

Fomos sempre recebidos com um sorriso nos lábios. Gentes de boa rês que facilitam o contacto e o gosto pela terra. Ficámos num hotel bastante simpático (Hotel Arcanjo – Lagoa), com uma excelente relação qualidade/preço. Relembro que, ir a São Miguel à descoberta, não é para fazer Spas ou estar na piscina, portanto, um hotel tem que ter boa cama e pessoas simpáticas à volta, sempre prontos a ajudar. Adorei o pessoal do Hotel. Não me queria ir embora sem dizer que tivemos o prazer de comer num restaurante pitoresco perto do Hotel com uma excelente comida da terra; (Casa de pasto – Restaurante). Vale bem a pena deliciar-nos com tudo o que tem para oferecer.


Foi uma boa viagem, sempre na companhia dos melhores. São estas coisas que interessam na vida. Quem sabe se para o ano não vamos até ao Pico com mais pessoas. Ou então, vá, até Caxias. ;) Lanço o mote.

Aquele abraço,

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Do céu para os Homens

Play me first

Ouve-se um trovão, seguido de um silêncio. Nunca saberemos porque o fazemos, pelo que consta, fazemo-lo desde os primórdios do tempo mantendo assim a ordem e a regeneração de toda a vida no Universo que lhe cabe na palma da mão. Somos aos milhões, voando numa amálgama dourada onde a luz se multiplica a cada bater de asas, num zimbório de calor maternal, um frenesim mudo de corpos despidos pendurados em asas brancas que rodopiam entre o caos e a harmonia até chegar a hora de nos deixarmos ir. É a missão que todos temos, dando continuidade ao tempo até que ele meta fim a si próprio. Aqui também pensamos no que existirá depois do tempo acabar e o porquê de ele existir, levamos connosco essa única curiosidade grandiosa que nos apoquentará até ao fim da nova vida.

Descontraímo-nos. Num último sopro olhamos para trás e contemplamos o que deixamos. Aquilo que os humanos chamam céu, é um simples assento onde vagueamos dentro de nós pensando e repensando o que queremos voltar a fazer e, aí, ninguém sabe em que nos tornaremos. Entramos no carrossel como se o tivéssemos feito desde sempre, andamos em círculos até chegar a nossa vez. Somos sonho, somente isso, vislumbre do que será uma vida depois de nos despirmos de todos os sentimentos e sabedorias. Fechamos os olhos e desconectamos do mundo divino. Abraçamos a morte com um beijo inocente, na saudade de voltar para sempre aos seus braços. 

O corpo contrai-se, resquícios de termos sido outrora humanos. A mão que nos segura, larga-nos num espaço que nos parece infinito. A viagem parece-nos longa, repleta de penas soltas e redopios. Tornamo-nos pesados, tão pesados que as asas são arrancadas do nosso corpo. Gritamos não pela dor, mas pela viagem, que a fizemos vezes sem conta mas que, mesmo assim, sentimos medo. 
 
As imagens apagam-se com o tempo, as memórias soltam-se do espirito. Dá-se o enlace, caímos num mar quente, tão quente como no princípio do tempo. Cegos, sem memória, sem asas, assim nascemos para o mundo empalamado, com o choro de um grito.

- Parabéns, é um menino.

(dedicado à minha querida amiga Vera, com os meus parabéns pela tão difícil conquista)


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O sonho no Inconsciente

Depois de caminhar durante uma vida, chego ao meu mais profundo e inóspito interior. Entre milhares de feixes luminosos, sons e sensações nunca antes sentidas percorro toda minha vida em pouco mais de dois segundos. Dois portões que se perdem numa infinita altura surgem pela frente, parando todo e qualquer movimento da minha caminhada. Este frontispício forjados a ferro fundido, calcinado pelo padrasto tempo, é assustador. Sinto com as minhas mãos um áspero e arrepiante som metálico, aquando forço a entrada. Algo me diz que não devia estar por ali. Pequenas e grandes estátuas movem-se lentamente, olhando para o meu esforço estóico, quase aflitivo para passar a barreira metálica que me encarcerava do lado de fora. Pequenas lascas de pedra saltam dos seus corpos em movimento repousando sem qualquer som num chão rochoso e sujo. Parece que não se moviam faz tempo; muito tempo. O portão fica entreaberto para não mais mover-se. Morre o seu guincho dilacerante. Sinto as centenas de estatuetas semi-humanas fixarem-me no seu curto horizonte. Todo o ambiente é húmido, colorido a cinzento pintalgado de verde seco. Arrepia estar por ali, sozinho. Um pequeno raio de luz atravessa todo o ambiente vindo do céu. Faz-me lembrar quando num dia coberto de nuvens negras um raio de sol abre caminho até ao mar. Esse raio projectava-se sobre uma poltrona, grandiosa e imponente pelos detalhes. Aproximo-me, sempre vigiado pelos inúmeros olhos de pedra que fazem questão de me marcar. Deambulando pelos trilhos do caminho sinuoso, consigo chegar até ao espécime híbrido que se encontra sentado e iluminado. A sua cabeça de cavalo puída pelo tempo começa a estalar, tentando endireitar-se para me olhar. Dou um passo atrás, assustado com o que vejo. De repente o seu único olho interroga o consciente. 

– Que me queres? – Pergunta com desdém. Ainda surpreendido por toda a envolvente respondo-lhe de sobrolho inquisitório. 

- Onde estou? – Começa a murmurar entre dentes uma linguagem que não entendo. Ecoava por todo o lado numa gravidade crescente, fazendo lascar os demais pilares jónicos que seguravam a névoa celestial. Quando olho para trás todas as estatuas estava alinhadas geometricamente. 

– Este é o teu inconsciente.

Entro em sobressalto para tentar perceber o que se passa à minha volta. Ele continua. 

- Foi isto que construíste ao longo dos tempos. Nunca vieste para perceber o teu íntimo e mortal instinto. Esta é a tua profundeza inóspita. Aqui jazem os teus mais profundos pensamentos, os teus receios e os sonhos que nunca quiseste vingar.

Olho em redor, começando a reconhecer as pequenas e grandes estatuetas com alguns objectos nas mãos. Objectos que me traziam resquícios de vontades já passadas e cilindradas pelo tempo. Aquele avião pequeno, aquele tubo de ensaio, um livro, um violino, a bola, a raquete e os demais, implodiram em mim. A saudade encheu-me o pensamento, mas logo sou acordado desse sonho inconsciente.

– Portanto o que te pergunto é o seguinte: Olha para ti como se olhasses para um estranho. O que vês?

As estátuas começam a desfazer-se e as grandes colunas jónicas zumbem ao sabor da queda que as transformam em poeira cimentada. O último a desaparecer foi o híbrido, cuja cabeça de cavalo se transformava a golpes de erosão numa cabeça humana. Reconheci-a.
Acordo com essa pergunta na cabeça. Existe um manuscrito em cima da minha cama, perto da minha cabeça que resvala entre duas almofadas.

“ Vive os teus sonhos. Transforma a tua vida. “
  


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Para que nunca se esqueça.


"Tenho 46 anos, e sou membro do NSDAP desde 1922; membro da SS desde 1934, e da Waffen SS desde 1939. Fui membro da Unidade de Guarda da SS, mais conhecida como Totenkopfvërband desde Dezembro de 1934. Fui administrador dos campos de concentração desde 1934, servindo em Dachau até 1938; Então como auxiliar em Sachsenhausen de 1938 a 5 de Janeiro de 1940, quando fui promovido ao posto de Comandante de Auschwitz.

Permaneci em Auschwitz desde 12 de Janeiro de 1943 e estimo que no mínimo 2,5 milhões de vítimas foram executadas e portanto exterminadas lá por envenenamento gasoso e carbonização, e no mínimo outras 500 mil sucumbiram à doenças e à inanição, totalizando assim aproximadamente 3 milhões de mortes. Esta cifra representa mais ou menos 70 ou 80% de todos os prisioneiros que para Auschwitz foram enviados, os demais foram seleccionados e usados para o trabalho escravo nas indústrias dos campos de concentração; inclui-se dentre os que foram executados aproximadamente 20.000 russos, prisioneiros de guerra que foram entregues em Auschwitz por oficiais da Wehrmacht, e nos transportes da mesma. O restante das vítimas inclui mais ou menos 10.000 judeus alemães e um grande número de cidadãos, maioritariamente judeus, da Holanda, França,Bélgica, Polónia, Hungria, Tchecoslováquia, Grécia e de outros países.

Nós executamos aproximadamente 400.000 judeus Húngaros em Auschwitz no verão de 1944. Execuções em massa através de envenenamento gasoso tiveram início durante o verão de 1941 e continuaram até 1944. Eu, pessoalmente, supervisionei tais execuções em Auschwitz até 12 de Janeiro de 1943, e sei o porquê de ter continuado em minhas funções, na superintendência dos campos de concentração, W V H A, nos quais tais execuções prosseguiram como declarado acima. Todas as execuções por envenenamento gasoso ocorreram sob ordens directas da RHSA (Reichssicherheitshauptamt), eram portanto de sua total responsabilidade. Sendo assim recebi todas as ordens de executar tais genocídios directamente da RSHA. A solução final da questão Judaica significou o completo extermínio de todos os Judeus na Europa.

Outro melhoramento que fizemos em relação ao campo de Treblinka, além do Zyklon B, foi termos construído cada uma de nossas câmaras com capacidade para acomodar 2.000 pessoas, enquanto em Treblinka cada uma de suas dez câmaras tinha capacidade de acomodar 200 pessoas. O modo como nós seleccionávamos nossas vítimas era a seguinte: Nós tínhamos 2 médicos da SS a serviço em Auschwitz, para examinar os prisioneiros recém-chegados. Tais prisioneiros seriam encaminhados para um dos doutores que faria rápidas considerações e decisões acerca do futuro do mesmo. Aqueles que eram compatíveis para o trabalho eram enviados para os campos, enquanto outros eram enviados imediatamente para as instalações de extermínio. Crianças eram invariavelmente eliminadas, pois suas idades as desabilitavam ao trabalho. Ordenaram-me estabelecer instalações de extermínio em Auschwitz em Junho de 1941. Naquele tempo já havia 3 outros campos de extermínio: Belzek, Treblinka e Wolzek. Tais campos estavam sob o Einsatzkommando da SD(Sicherheitsdienst). Visitei Treblinka para descobrir como executar tais extermínios. O Comandante do Campo de Treblinka contou-me que tinha conseguido liquidar 80.000 no curso de metade de um ano e que era encarregado do extermínio de todos os judeus do Gueto de Varsóvia. Ele usou monóxido de Carbono pra tal finalidade, mas não achei que seus métodos eram suficientemente eficientes. Então construí o complexo de extermínio e introduzi o Zyklon B, que era ácido prússico cristalizado. Tal ácido era lançado nas câmaras por um pequeno orifício. Nós sabíamos quando todos já haviam morrido, porque eles paravam de gritar, geralmente esperávamos mais ou menos meia hora antes de abrirmos as portas para remover os corpos. Depois de removidos, tínhamos de tirar os anéis dos cadáveres e extrair seus dentes de ouro.
Auschwitz-Birkenau

Outra benfeitoria em relação à Treblinka, foi que neste supracitado campo, a vítima já tinha conhecimento de que seria aniquilada, já em Auschwitz nós nos esforçávamos para enganar as vítimas, fazendo nas pensar que seriam submetidas a um processo de retirada de piolhos. É claro que frequentemente eles percebiam nossas reais intenções, e tínhamos portanto confusões e dificuldades, devido a este fato. Muitas vezes as mulheres escondiam seus filhos debaixo de suas roupas, mas nós os encontrávamos e mandávamos os mesmos para o extermínio. Tentávamos executar tais extermínios em segredo, mas o terrível e repugnante odor da contínua carbonização dos corpos permeava entre os que viviam em Auschwitz, a ideia do que lá ocorria.

Nós recebíamos de tempo em tempo prisioneiros especiais do gabinete da Gestapo. O médico da SS assassinava tais prisioneiros por injecções de Benzeno. Tais médicos tinham ordens para forjar certificados de óbito comuns e pôr nos mesmos quaisquer razões para todas as mortes. De vez em vez conduzíamos experimentos médicos em prisioneiras, incluindo esterilização e experimentos relacionados ao câncer. A maioria das pessoas que morriam nestas experiências já haviam sido condenadas à morte pela Gestapo.

A declaração acima é veraz, por mim ela foi feita voluntariamente, sem qualquer tipo imposição. Tenho assinando-a em Nuremberga, Alemanha, em 4 de Abril de 1946”. — Excerto do testemunho dado por Rudolf Hoss no Julgamento de Nuremberg.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Política é caso de Polícia? Não, é caso para o Povo.


Em que se transformou a política nestes tempos modernos, onde todos defendemos a democracia, mas o mais elementar instrumento não o utilizamos para proveito próprio; o voto. Agora que ouvimos falar em cortes na ordem dos 8% nos ordenados da função pública acima dos 600 euros, penso; no que anda o povo a fazer? No que andamos todos nós a fazer? Será que no acto eleitoral estamos a ser devidamente representados na assembleia? Somos ensinados que esta república representativa represente – passo a redundância -, o povo no parlamento mas, não creio que exista nenhuma pessoa que antes de votar soubesse o que se iria passar. 

Bem sei que esta conjectura não é favorável em toda a Europa, muito menos para os P.I.G.S, mas nesse caso estamos a ser enganados todos os dias. No acto eleitoral, votamos num menu onde só conhecemos o chefe da cozinha e esse mesmo chefe, com toda a pompa e circunstância, apresenta o cardápio que nos faz ou não ficar com água na boca. Quem não gosta de comida elaborada? Todos, penso. Porém, esse cozinheiro sabe, de antemão, que não tem batatas, arroz, filet mignon nem nenhuma especiaria para confeccionar o alimento, contudo vende o produto como sendo o de melhor qualidade. O pior acontece quando mandamos vir o prato escolhido pela maioria e nos deparamos com um prato sem filet mignon. Há lá qualquer coisa, mas não é o filet mignon. O nosso cérebro entra em negação e as nossas papilas gustativas transformam aquela argamassa em filet mignon. É essa a capacidade que o nosso cérebro tem. A realidade não espera por nos bater à porta e o Chefe de cozinha que agora elegeu a seu belo prazer os seus sub-chefes, dita o que vamos comer nos próximos 4 anos. Reparamos então que nada tem a ver com a carne tenra apregoada. Mas… e depois?

A analogia política é fácil de fazer, é sempre preocupante constatar que o governo que apresentou um menu antes de ser eleito, se distanciou abismalmente do mesmo. Não nos podemos esquecer que sem NÓS eles não podem nada. Portanto, nas próximas eleições votem, pois ao que parece – tendo em conta a taxa de não votantes -, metade de Portugal está-se borrifando para isto. Até quando é que vamos ter medo deles? Eles precisam de nós, mais do que nós deles. 

Sei que o medo de perder tudo faz o povo ter ainda mais medo e vamos aceitando estas  medidas, com pouca ou grande dificuldade, mas aceitamo-las. Por muitas greves que se façam, seja no terreiro do paço, seja na ponte, a máquina do cozinheiro vai continuar a desvirtuar o menu apresentado. Só nos resta o tribunal constitucional para travar esta megalomania. Lembro que há pessoas que já nada têm e que se olhavamos para a Grécia com olhos de desconfiado, está na altura de olharmos melhor para o futuro de Portugal.

Deixo um pequeno vídeo, com a esperança de passar a mensagem de que o Povo continua a alimentar esta espécie de pessoas na política e portanto, cabe ao povo, através do voto, destituir esta … gentinha.


Já agora acrescento que, esse primeiro ministro a que PPC se refere (como mentiroso) é José Sócrates. Irónico não é?

Só, à espera que alguém se sente.

"Sempre admirei quem seguisse a sua palavra, mas custa quando a palavra é contra nós mesmos. Lutamos tanto e não nos apercebemos que vivemos no erro, porém viver com a dúvida é o pior que existe. Assim, ficamos no erro, confortavelmente abraçado a ele, num sufoco lento como uma valsa mortal. Mesmo assim pensamos que é melhor do que qualquer outra coisa. Apegamo-nos com tudo o que temos, não conseguindo ver mais nada. Porém o tempo passa. Oh! Se passa. Depois de todos os mares navegados, voltamos a terra exaustos, com o pensamento dizimado. Sentimo-nos sozinhos à espera que alguém se sente. Fiquei sozinho no balouço que outrora lhe pertenceu." - in  A mente de Gorki Pavel

Por que será que temos sempre esta tendência de nos magoarmos, repetida e indiscriminadamente quando, aí, não há qualquer esperança que nos conceda a felicidade?


terça-feira, 8 de outubro de 2013

De punhal em riste parti

De punhal em riste parti
No deserto do tempo passei
Queria ir atrás de ti
Matar a saudade, pensei

Caminhei dias a fim
Contigo no pensamento
Esperando dentro de mim
Os teus braços nesse momento

A saudade no peito levei
Com sede de te beijar
Minhas memórias olhei
Para me, fazer chegar

Foi assim que assim cheguei
Cansado, em tempo quente
Foi aí que te falei
Ao coração confidente

Já não me querias de volta
E olhaste-me de soslaio
Chorei com a minha revolta
É agora que daqui saio

De punhal em riste parti
Mas não fui longe, é certo
Lembrei-me sempre de ti
Sempre, de peito aberto

Lembrei-me do teu olhar
Nas chuvas e na emoção
Cansado de caminhar
Fui levado p'lo coração

Foi então que decidi
Pelo punhal e pela dor
À vida meti o fim
Por viver sem teu amor.

Vasco Ribeiro 2013

Não estamos sós.

Há pouco mais de um par de anos, foi encontrado na Rússia um pequeno parafuso. Até aqui nada de especial, ou não fosse o nosso mundo pejado de parafusos por toda a parte, porém este não era um parafuso vulgar, mas sim um parafuso embutido numas rochas como algo metálico fundido nas mesmas. Não deixa de ser curioso que, estas rochas e o parafuso, tenham uma idade de 300 mil anos. É de notar que, o ser humano, seja datado de pouco mais de 80 mil anos de existência, portanto, a comunidade científica ficou intrigada com esse pequeno objecto metálico. De onde veio? Quem o construiu? 

Todos nós ouvimos pelo menos uma história de extraterrestres. Fomos confrontados com este tipo de assuntos principalmente na nossa adolescência, onde entusiasticamente, discutíamos a veracidade do que nos chegava. O tempo passa e deixamo-nos dessas coisas, parecendo que já não faz sentido pensar nisso, relegando para segundo plano a grande questão universal: Estaremos Nós sós? 

Para muitos, estes seres, visitam-nos diariamente, para outros, essas visões não passam disso mesmo; ilusões. Sejam elas absurdas ou muito convincentes, a história está repleta de objectos não identificados em esculturas, pinturas, testemunhos escritos, etc. Mesmo podendo ser interpretados como algo de divino e religioso, pois 98% da população mundial acredita numa entidade superior, existem objectos/seres não identificados que são transversais a todas elas. Discos voadores, seres com aparência humana, bolas de fogo luminosas; tudo existe na riqueza da história ancestral. 

Será que somos o único planeta no universo com vida “inteligente”? 

Muitos dos túmulos das, pouco mais de 19, civilizações existentes e conhecidas até hoje, são verdadeiras obras arquitectónicas, e muitos historiadores crêem que não só eram para imortalizar os seus faraós ou reis numa questão religiosa, mas também de comunicabilidade com seres de outros planetas. Desde as pirâmides do Egipto até aos guerreiros de Terracota deQin Shin Huan - como curiosidade, foi na sua altura que foi construída a Muralha da China -, toda a tecnologia utilizada ainda nos deixa de boca aberta. Será que essa tecnologia foi desenvolvida, ou oferecida? 

Existem muitas teorias sobre a grande questão acima referida, porém quero afastar-me um pouco delas todas. Há sem dúvida factos indissociáveis da imaginação humana e muita teoria  da conspiração (ex: Roswell e Área 51), mas olhando para a diversidade na Terra e todo o conhecimento biológico, chego à mesma conclusão de Carl Sagan no seu fantástico livro “Contacto”; “Seria um desperdício de espaço”, se tudo isto fosse só para nós. 

Vivemos numa galáxia com 500 mil anos-luz de diâmetro, repleta de milhões e milhões de estrelas, planetas, cometas e asteróides. A certeza não se pode ter quando as dimensões são “impossíveis” de medir, portanto só podemos falar de probabilidades quanto às grandes questões da humanidade. Mesmo que exista somente um planeta com vida em cada galáxia (A nossa é bem pequena), mesmo assim existiram biliões de planetas com vida neste universo fantástico. 

Aqui há gato, e é verde!

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Bonecas de boca aberta, que não falam.

É um fenómeno à escala nacional que me deixou de queixo caído. Ao que parecer, existe uma proliferação de bonecas que relegam para segundo plano as mulheres japonesas. Para um comum homem latino, isto ultrapassa todos os limites. Como é possível um homem substituir uma mulher por uma boneca, por muito semelhante que possa parecer? Essas bonecas são feitas por encomenda e tudo pode ser construído à vontade do freguês. Mamas grandes, pequenas, coxas largas, silhuetas perfeitas, rabos empinados ou em forma de pêra, lábios carnudos ou finos, tudo pode ser transformado para belo prazer do homem. Não há, porém, um cérebro por detrás da pele “ciliconeada” e de seios fartos. Este fervoroso salto tecnológico, que substituiu as famosas bonecas insufláveis criadas pelos nazis para que as doenças venéreas não se propagassem, tornou-se num caso complicado para gerir por partes da mulher japonesas, que se vêem a braços com uma vida sem homens. 

Hoje em dia, os homens levam a jantar bonecas que não comem, a passear sem que seja preciso falar, e 
o melhor – segundo esses homens -, elas nunca dizem não ao que seja. 
Numa vida repleta de stress, que muitas vezes leva ao suicídio, os homens não têm paciência para dar prazer às mulheres, que por sua vez são exigentes quanto ao carinho e mimo que pretendem. Daí o aumento da compra destas bonecas que não são só “bonitas” e apelativas ao tacto, mas também porque têm a finalidade das suas ancestrais; o Sexo à velocidade do homem que a comprou. Como ouvi dizer um comprador, “Eu quero é despachar-me em 3 minutos e ir dormir, porque estou cansado.”. 

Bem sei que homem e a mulher são diferentes em todos os aspectos, em alguns tiramo-nos do sério uns aos outros, mas será mesmo necessário este corte tão radical da nossa socialização? Será um acto de egoísmo? Este negócio de olhos em bico, faz-me lembrar um filme da minha adolescência; “Cherry 2000”, um protótipo de mulher robot super avançado. Linda de morrer, com uma inteligência artificial por detrás do corpo escultural, fazia o deleite de todos os homens. Parece que a ficção científica se tornou realidade. Já substituímos os cafés pelos chats, o álbum de fotografias pelo facebook, as opiniões pelo twitter, os amigos por muitos conhecidos mas, será que estamos a ficar desumanizados com tanta tecnologia ao ponto de nos substituirmos como seres sociais que somos? 

Não percebo como uma mulher pode ser substituída por uma boneca revestida numa película de silicone. Mais um passo atrás no caminho sinuoso das mulheres asiáticas. Espero que não se propague. Será que os homens também serão substituídos por bonecos Ken de pila grande, ou larga, ou o que seja, que dê prazer às mulheres?


Aqui há gato!  

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Timings e o Acaso.

Uns dizem que é o destino, mas para mim a vida é feita de timings sugeridos pelos acasos. Até aqui a palavra “sugerida” parece digna de deuses, mas não é mais do meu lado mais romantizado das interacções com o mundo. Todos os acontecimentos podem ter um simbolismo do tempo, seja o comboio que não se apanha e o qual devíamos ter apanhado, seja no gostar de alguém, fazer aquela coisa que sempre sonhámos, tudo é uma questão de timing para que aconteça.

Parece que é no alinhamento dos acasos que algo surge como a possibilidade, ou não, de acontecer o que realmente queremos nesse instante. “Ai se eu me tivesse levantado mais cedo da cama, teria apanhado o comboio certo.”; “ Que sorte que tive em não apanha aquele avião que se despenhou!”; “Eu devia ter-me apaixonado por ela agora, mas agora não sinto nada”. Assim se dão os desencontros da vida, entre a aceitação e a rejeição neste caminho sinuoso. Quem nunca gostou de alguém que não gostava de nós e depois, esse mesmo alguém, passou a amar-nos, e nós, distantes?

Agarramo-nos com tudo o que temos para viver numa situação impregnada de vontade e de sonhos. Parece que temos tudo dentro de nós para irromper nesse acaso, acertar as agulhas, fazer o tempo andar para trás para que tudo se alinhe. Uma luta hercúlea que nem mesmo o filho bastardo de Zeus, porá fim. O Cosmos que nos faz girar não se alinha e lutamos contra a força do acaso a toda a hora…

Neste acaso, embutido em todas as nossas vidas, cheias de estrelas e cometas que gravitam a velocidades estonteantes, suspiramos pelo “se”. Se fosse noutro tempo, se fosse noutro tempo, seria uma pessoa mais feliz, mas o “se” não é mais do que o tempo que não volta mais, é um abismo tão infinito e frio como o universo que habitamos. Nem mesmo um grito de ajuda chega à pessoa mais próxima, nem mesmo um amo-te chega para aquecer o coração. Os ponteiros do tempo com o acaso a rir-se de nós, continuam no tic-tac por toda a eternidade.

Como me disseram um dia; “Amanhã o mundo continua a girar”. Quem sabe se o acaso não me surpreende de uma vez por todas. 

Aqui há gato!

A queda do PSD e a vitória de um preso.

Penso que a maioria das pessoas não esperava tantas surpresas como nestas eleições autárquicas. Quem diria que o partido do táxi, quer dizer o CDS-PP, ganharia 5 câmaras e ainda regozijasse com a vitória de Rui Moreira na Câmara do Porto. Adoro quando os partidos que “nada” têm a ver com outras candidaturas se felicitam só porque têm um amigo, de um amigo, que sugeriu Rui Moreira para presidente da Câmara do Porto. Bem, mas isso faz o CDS-PP muito bem, aproveitando os louros dos outros para subir na vida política.

A segunda surpresa da noite, foi a desigualdade percentual entre PS e PSD. Não esperava uma diferença tão grande (PS – 36,5% | PSD – 26,5%), até penso que nem o secretário-geral do PS esperava que, mesmo perdendo alguns bastiões socialistas, podiam chegar a estes números. Gostei também da forma displicente como Pedro Passos Coelho falou aos Portugueses, mas sempre muito em linha com o “Estou-me lixando para as eleições”. É muito humano este rapaz.

A terceira surpresa: A queda do funchal para a esquerda. Foi o choque nacional, foi um anticiclone do camandro. O Jardimquistão acabava de levar 7 tiros no porta-aviões e, agora, prepara-se para ir ao fundo. É uma questão de ler os sinais. Claro que Alberto João Jardim veio logo dizer que a culpa é do PSD do continente. Adoro estas pessoas que nunca assumem as suas responsabilidades, mas até é compreensível para uma pessoa que teve que esconder as contas da Madeira do governo de José Sócrates. Mas que foi surpresa, foi.

Agora, e para acabar, pois o dia já vai longo, quero falar na Grande surpresa, na surpresa tão surpreendentemente surpreendente, que faria o pai natal passar despercebido caso aparecesse. Estou a falar na vitória de Paulo Vistas pelo concelho de Oeiras. Foi com pena minha – vivi 25 anos no concelho de Oeiras -, que vi o Sr. Paulo Vistas a enviar abraços para a prisão com saudade de Isaltino Morais.

De notar que Isaltino Morais está preso pelos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais, num processo que se arrastava há perto de 10 anos mas, mesmo assim, ele foi a cabeça por detrás da campanha de Paulo Vistas e até o seu nome - Isaltino Morais - apareceu no púlpito no qual Paulo Vistas falou estridentemente sobre a sua vitória e no grande homem, corrupto, mas grande homem Isaltino Morais que até teve direito a rejúbilos em frente à sua nova residencial, a prisão.

Sempre ouvi dizer que a vida é muito irónica e não deixa de ser irónico o concorrente directo de Paulo Vistas ser o Sr. Francisco Moita Flores, um ex-PJ na área de investigação criminal. Só mesmo no Dartacão é que os bons ganham sempre. Perder as eleições para uma pessoa que é corrupta e está presa, é obra e é uma grande surpresa. O polícia perde para o ladrão.

- Moita Flores, esta foi pior que a tua sessão espírita na Televisão.


Aqui há gato!

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Atrocidades humanas

Podiam ser os pais, mas não. São os maridos.
Lá venho eu explorar o Macaco Nu que teima em ser, como sempre foi. Uma notícia  - que me chocou -, fez-me crer que neste mundo o sentido de justiça está longe do nosso alcance e que, muito provavelmente, nunca será minimamente alcançada em países liderados por homens fanáticos e moralmente desinstruídos, sejam eles ou não religiosos. A História da Humanidade está repleta de vilões: Ivan o Terrível, que gostava de ver as pessoas a fritarem ou a cozerem em caldeirões, passando por Vlad, que empalava até mesmo a mais inocente criança. Finalizo com Idi Amin, um fervoroso adepto de matar pessoas com martelos. O mundo veio a habituar-se a todo o tipo de loucuras sem que com isso fizesse o que fosse, para meter fim às atrocidades humanas. Independente da idade, as mulheres sempre foram o alvo preferido dos sistemas castradores, como tal, é preciso salvaguardá-las da ignorância dos seus chefes de estado. Infelizmente não há na História da Humanidade qualquer invasão de países que matam pessoas por excisão, apedrejamento, violação, tráfico de crianças, mulheres, etc. Parece que todos os polícias do mundo (NATO, ONU) ficam cegos.

Hoje escrevo sobre uma menina de 8 anos que morreu na lua-de-mel, após o seu marido de 40, ter tido relações sexuais com ela. Morreu devido às extensas lesões no útero. Toda a notícia é repleta de incongruências: 8 anos, lua-de-mel, marido de 40 anos, relações sexuais. Para juntar mais lenha à fogueira, acresço o facto de que, a menina, foi vendida pelo pai.

Quero distanciar-me do meu lado ocidentalizado para não cometer erros de interpretação, mas não o consigo fazer pois sou um homem perto dos 40 e o qual gostaria muito de ter uma filha. Pergunto-me, em que nundo vivemos? Como tudo isto é possível sem que haja uma mente governativa que proíba este tipo de actos, ou até mesmo, uma autoridade internacional? São crianças que estão em jogo e que são subjugadas aos prazeres carnais de homens sem qualquer tipo de moralidade e, muitos deles, revestidos de poderes divinos. Independentemente de se tratar de um país que é mal visto pelo ocidente, o Yemen, este tipo de situações acontecem em toda a parte do mundo - por exemplo no Brasil algumas crianças perdem a virgindade aos 12-13 anos com homens acima dos 30. É nossa função apontar este tipo de casos, levá-los a debate, fazer com que este tipo de situações não aconteçam.  

Há quatro anos a lei no Yemen tentou ser alterada para que, o casamento só fosse possível com uma idade mínima de 17 anos tentando, na minha perspectiva, salvaguardar as crianças do sexo feminino, porém foi chumbada pelos parlamentares conservadores que consideraram a lei como sendo não-islâmica.

Independente da religião, possa ou não estar por trás das atitudes (a maioria das vezes está), as pessoas deviam ter uma clarividência moral intrínseca que lhes permitissem ter uma lei, mas que, acima de tudo, permitissem saber o que é moral fazer. Para que o simples vislumbre: "Não se pode vender crianças em obriga-las a ter relacionamentos", fosse uma realidade.

Voltando ao princípio, que futuro esperam dar às mulheres, no Yemem, Arábia Saudita, China, Índia, Quirguistão, etc, quando o simples facto de existirem é visto como um mal; um mal necessário?

Aqui há gato, não há?

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A inteligência, as cuecas, os crentes e os ateus.

Na última semana tenho assistido a algumas notícias que me parecem disparatadas. Alguns cientistas -parece que os psicólogos agora são cientistas -, estão a chegar à conclusão que a inteligência dos ateus é superior à inteligência dos religiosos. 

Não me parece sério, nem justo, tentarmos medir essa coisa como a inteligência tendo como base a crença ou não-crença de quem quer que seja. Medir a inteligência dessa forma, seria a mesma coisa que medir a inteligência baseado no gosto das cores, ou cor clubística. Ser crente, nada tem a ver com a inteligência teórica (testada nos testes de QI), mas com um lado emocional de entender o mundo. Ser crente é ser-se transcendente na inteligibilidade daquilo que, para eles, não é material. 

Sou Ateu, mas acima de tudo sou uma pessoa racional. Como tal, não posso deixar de discordar com este tipo de notícias e até duvido da qualidade estatística destes testes. Tive um professor de Estatística que me ensinou uma lição muito interessante sobre o co-relacionamento entre duas variáveis. Duas variáveis até podem estar estatisticamente co-relacionadas, mas temos que analisar primeiramente, se faz sentido, ou não, meter essas variáveis frente a frente e principalmente, se as conclusões são lógicas. Neste caso em concreto, não me parece. Caso isto vá para a frente, abrimos uma porta sem fim aos possíveis disparates que a mente humana é capaz de imaginar. Seria nesse caso um acto de pouca inteligência começarmos a comparar e a deduzir coisas que não fazem qualquer sentido.

Tenho Amigos crentes. Muitos deles dão cartas nas suas respectivas áreas e certamente com elevados QIs. Em muitas conversas sinto-me como o palhaço pobre desse enorme círculo de amigos, no qual tento sempre aprender qualquer coisa. Não estou aqui a defender ninguém, mas simplesmente a discordar veemente deste tipo de notícias. Não os considero, de todo, com menos capacidades comparativamente a outros Ateus que conheço. Até mesmo na eterna luta de argumentos, religião vs Ateísmo, não vislumbro grandes implicações na operacionalidade do dia-a-dia. Simplesmente, há argumentos que não dão para rebater, pois cada um vê o mundo como quer; mediante a sua aculturação, formação, etc.

Não faz sentido segregar o povo desta forma. A Matemática não devia ser utilizada para este tido de interpretações. A inteligência varia e tem n-variáveis que a determinam – uma delas é a genética, coisa que nada tem a ver com a crença-, mas duvido que uma delas seja a religiosidade, até porque, como se pode medir o impacto de uma coisa na inteligência que não é quantificável?

Será que quem usa cuecas azuis, será mais inteligente de quem não usa cuecas? E quem é mais inteligente, um Benfiquista ou um Portista? Quem tem um cão é mais inteligente comparativamente a quem tem um gato? Não faz sentido, pois não?

Aqui há gato.


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Bob Larson e as suas exorcistas virgens

Durante a minha parca vida, sempre “lutei” contra pessoas que pensam que detêm poderes. Os poderes religiosos ou místicos tornam-se bizarros quando apontados a pessoas fragilizadas, carentes de ajuda psicológica, e pela charlatanice. Existiram e existem grandes ícones nesse ramo tão sombrio como as suas mentes. Não compreendo como não existe prisão para esta espécie de gente, que pensa ter poderes de um deus, ao ponto de se sentirem na capacidade de exorcizarem uma pessoa, curar as sezões do corpo e da suposta “alma” porque têm a certeza que o diabo habita nos nossos pensamentos.

Já ouvi as mais descabidas justificações, mas a mais gravosa na minha óptica é: “ As pessoas sentem-se melhor.”. Faz-me confusão ver, como viver na ilusão nos pode fazer bem. Pergunto-me; como pode alguém sentir-se melhor ao ser enganada? Ninguém tem demónios no corpo, temos sim problemas que têm que ser falados, analisados de outro ponto de vista e ajudado com profissionais do ramo. Porém, continuaremos a ver pessoas vestidas de negro e de colarinho branco a vender a salvação a pessoas fragilizadas, enriquecendo e desprezando o lado emocional das pessoas envolvidas.
Aqui surge Bob Larson, um evangélico que faz exorcismos a par as suas filhas (totalmente fúteis e dignas de programas de beleza acerebrada), virgens. Estas quatro criaturas de deus partiram à aventura para os confins da Ucrânia para expurgar os demónios dos corpos.

Queria relembrar que no interior da Ucrânia, a maioria das crianças são violadas pelos pais e outros familiares e que recaem num silêncio profundo. Pais esses, que foram jovens alcoólicos, dependentes da droga, etc. Portanto, estamos perante um padrão de calamidade emocional. Crianças abusadas que se tornam mulheres silenciosas, homens violentos e de índole perversa, tornam-se alvo do demónio, aos olhos destes fervorosos evangélicos, e não da conjectura socio-económica da já tão massacrada Ucrânia.
Neste cenário é demasiado simples expor a debilidade das pessoas que vivem em silêncios com mais de 30 anos. Com a cruz encostada à testa e com vozes de expurgação, o corpo possuído estrebucha, deita cá para fora o que com 30 anos corroía por dentro as pessoas. O espectáculo é deprimente, mas têm direito a sorrisos colgate por parte das suas filhas, cabelos arranjados e filmagens para o Youtube por parte de Bob Larson.

A questão que faço é a seguinte? Até que ponto é viável este tipo de “cura”, que só dura um dia? Será o sentimento de injustiça obra do diabo, ou das sociedades?
Se se burlar alguém é-se preso, mas no que toca a religião tudo é possível, porquê? Cada vez mais me deparo com um mundo cujas pessoas são relegadas para 2º plano em detrimento do poder. Como diz uma amiga; “ Nunca vi um país fazer uma guerra pelos direitos humanos.” Penso que esta guerra religiosa nunca será feita também.

Bob Larson não é mais que um charlatão evangélico que pensa que pode mudar o rumo da história das pessoas atribuindo o ónus a um diabo que ninguém vê, que ninguém ouve. Torna-se um espectáculo bem à americana com as suas 3 filhas ao lado, teenagers, que vivem com as suas necessidades de afirmação colmatadas com poderes divinos bem ao estilo das Powerpuff girls.

Constatei que continuam contra o Harry Potter por causa da feitiçaria. E o que eles fazem, não é … feitiçaria?


Todos presos é que era. Aqui há gato.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Miss República Portuguesa

- Momento de descontracção - 



Ora aqui está o concurso que faltava! Mamas com fartura, Marias-franciscas depiladas e rabos com pouca celulite para encher o ecrã, deliciar os homens e puxar pela língua feminina. “Ai, desculpa lá, mas ela tem mais celulite que eu! Como é possível?!”. Portanto, mais uma achega para dar consistência à qualidade televisiva da República Portuguesa que vai de vento em Popa. Faz-me ter medo, muito medo só de pensar na privatização da RTP.

Parece que este concurso não apostava somente na beleza das concorrentes - ou não fossem necessárias mais qualidades numa mulher para um programa deste gabarito -, mas também sobre a sua cultura geral, postura em estágio, talento – whatever that means -, e qualidades desportivas, não utilizáveis aquando fazendo o amor. Sim, não pensem que o júri, extremamente cotado internacionalmente, vos aprovaria como salto em altura a vossa posição de missionário ou de baloiço invertido. Tudo isto surpreendeu-me, pois para se ser merecedora de tamanho título é preciso uma extenuante prova escrita e de oralidade, só para ver quem escreve e ora, espectadores e espetadores. Foi importante banir as menos atentas ao acordo ortográfico. Cavaco Silva, chumbaria de imediato, pois  a palavra cidadões não consta nem no formulário do acordo ortográfico de 1911. 

Claro que as Portuguesas vencidas não gostaram nada de ver uma rapariga, lindíssima diga-se de passagem, de nome puramente Português Catarina Sikiniotis, ganhar a famosa tiara, mas o organizador veio acalmar os ânimos dizendo que;” O nosso objectivo é mostrar que as pessoas bonitas não são apenas só bonitas”. Que frase profunda, quase tão profunda como " Se a vida te dá limões, faz limonadas", que expõe a importância do cérebro que está por trás das mamas, a máquina que faz entender estas frases dignas do Facebook. Acho muito bem voltarmos ao tempo de Ana Maria Lucas. Isso é que eram mulheres de fibra, boas falantes, excelentes cozinheiras, etc. Bem, adiante... Sikiniotis, tinha a tarefa facilitada, ou não tivesse ela pertencido ao Hall of fame do 11ºA sendo uma aluna exemplar na Escola secundária da Portela. Uma boa cabeça vale mais que um bom par de mamocas... Quer dizer, não, mas fica-me sempre bem dizer isto.

Claro que não há bela sem senão. Este evento deixou indignado o nosso Rei, que viu as suas aias, plebeias e princesas arredadas do concurso de tamanhas beldades, somente por não se associarem à República. A República sempre fez comichão no bigode do D. Duarte Pio que, por isso, diligentemente, propôs uma Miss Monarquia Portuguesa para mulheres de buço de de anca larga, cuja especialidade seja, o arremesso do martelo a cavalo, lançamento do ancinho e basquete medieval em cestos de vindima. Isto causou um grande contentamento para os lados de Bragança, que já treina afincadamente para 2014. A prova será realizada em Olivença, só para mostrar como é que são estes monarcas. É caso para dizer viva o Rei e a Sikiniotis e boa sorte para a Miss mundo que aí vem.

Lanço o repto ao grande jornal “correio da manhã”. Que tal um anuncio para Mr. Repúplica Portuguesa entre uma parangona “Jovem mata mãe à dentada.” e outra “ Tio apanha sobrinha a matar o cunhado do irmão.”, com nomes sonantes como o Castelo Branco, que podia sempre também fazer de Miss e Cláudio Ramos?

Finalizo escrevendo que sinto que Sikiniotis está para a beleza Portuguesa como francis obikwelu e o Liedson estão para a selecção Nacional nos desportos que representaram, portanto deixa-me um pouco triste não ver uma Maria de Fátima de monocelha, ou uma Paula da Luz Pereira, ganhar este concurso que as mulheres se pelam por ganhar.

Aqui há gato.