terça-feira, 22 de abril de 2014

Despedidas de solteiro e a decadência sexual

Depois de ver a reportagem abaixo, possivelmente não encontrarei as palavras certas para comentar este tipo de comportamentos. Bem sei que posso passar por careta, que os tempos são outros, mas pergunto-me se poderia casar com uma mulher com este tipo de comportamentos. Não.

Nunca fui a nenhuma despedida de solteiro, digna desse nome. Quando falo em despedida de solteiro cinjo-me única e exclusivamente às festas com muito álcool e géneros desnudado, mão naquilo e aquilo na mão. Não sou antropólogo, mas nos grupos verificam-se o que o ser humano é realmente capaz de fazer. Seja pela violência, ou pelas mais caricatas situações, tudo se pega uns aos outros sem que se finde. Acresce ao facto de, desinibidos pelo álcool, o instinto sexual pode levar-nos a fazer os maiores dos disparates e depois da ressaca a consciência pesar.

Será que o casamento é essa coisa tão má que seja preciso, na noite anterior à cerimónia, deitar-nos com alguém, ou vários, que não seja a noiva ou noivo? Vomitar nos passeios e andar de peito ao léu para todos apalparem? Soube de uma história em tempos, que me chocou: Um rapaz que em plena tabledance, se vira para os amigos e diz: “Grande merda que tenho em casa.”; referindo-se à sua futura mulher, que se via trocada cabalmente por um par de mamas de silicone e um rabo rijo.

Como é possível, metermo-nos a jeito desta forma e desrespeitar aquela pessoa que, devido ao casamento, seria a pessoa com quem queríamos ter tudo? Que noção é esta de que a liberdade após o casamento acaba e que, para tal, há que ter uma noite promiscua?

Claro que, com bebida à mistura, há sempre uma possibilidade de violação, distúrbios e rixas. O Macaco Nu aproveita-se sempre da fragilidade dos outros e claro que por vezes algumas mulheres são apanhadas por homens sóbrios e oportunistas.

Aqui há gato.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Conversas de ginásio I


“Fogo, que gaja tão boa!” - Começamos logo bem – pensei -, enquanto fazia um pouco de supino para que o meu peito chegasse a um 34 copa B e a minha namorada não fugisse com outro, parecido com o Mark Ruffalo. Ouvia este pequeno prelúdio que daria um debate entre dois amigos, que encostados ao parapeito da janela descansavam os seus braços inchados e repletos de veias.

O meus ouvidos tornaram-se afinado, como os daquelas velhotas que estão todo o dia a janela, de robe com cores pardas e sujo dos pombos, que escutam todas as conversas, todas as vidas. Levantei-me da primeira série e meti mais dez quilos em cada lado. Hoje sentia-me imparável mesmo que os meus pulsos sentissem a dor do meu esforço.

“Que cú!”- Toma lá mais uma bujarda, só para saberes como se trabalha bem em Portugal na área do design feminino. Mais uma repetição de dez, mais cinco quilos em cada lado. A minha curiosidade, momentânea, aguça-se. “Quem será o alvo?” – Perguntei-me.

“Cú? E as mamas!?” – Dizia o mais franzino, porém também musculado, tentando separar as águas e metendo ponto assente que, caso tivessem um caso a três não se chateariam, um ficava com a parte de cima, outro com a zona traseira. Achei de amigo esse comentário. É nestas alturas que se vê a grande fraternidade entre os machos. É raro chatearmo-nos por uma mulher. O pessoal divide e não se fala mais nisso. (NOT!)

Na minha última série – quase que precisava de umas cuecas novas, devido ao peso -, senti o abanar das cabeças dos dois amigos, como quem dizia; “ Está aqui tão perto e não posso tocar.”. Foi aí que a minha curiosidade falou mais alto. Ao arrumar as bolachas, olhei para a gazela que estes dois leões gostavam de abocanhar ou, pelo menos, amassar. Era uma instrutora, a mais simpática diga-se de passagem, que sempre com o seu sorriso, andava de estação em estação a ver se alguém precisava de ajuda. O mistério estava desvendado.

Dois segundos depois, “Foda-se, o Jusoé não joga um caralho!” – Ah! exclamei com sensação de alívio, assim está bem. É mais confortável, sentir que os homens estão de volta ao normal. Mulheres! Não se assustem, pois este comportamento é que define o homem, acima de vocês, sempre o futebol. Esta coisa é simples para os homens: Olhou, gostou, avacalhou, mas há que continuar com a musculação, isto é, falar de futebol.

Foram mais de vinte minutos que falaram de bola. Jusoé, Fernando, Gáitan, Luísão e até o relvado, tomaram o espaço outrora ocupado pelo rego das mamas e do rabo; e os seus braços, outrora musculados e repletos de veias, transformavam-se a olhos vistos, em linguinis com tanto tempo de descanso. Estes meninos faziam uma série de dez repetições e descansam quinze minutos. Depois queixavam-se, já nos balneários e em frente ao espelho todos nus, que tinham que tomar suplementos. “Creatina, é que é!”. Não percebo porque é que, alguns, mexem no pirilau quanto estão em frente ao espelho. Reflexos da nossa evolução? Bem, adiante...

Já no banho ainda mandaram uma laracha, mas desta vez, sobre o Quaresma. “Foda-se com aquele penteado não vai longe.”. Dizia isto, um indivíduo que tem o cabelo em cone. Repito, em cone! Parece que a instrutora fora relegada para o último plano e, no fundo, aquelas mamas e aquele cú que quase os separavam, não passavam de um prelúdio que entre halteres desapareceu, dando lugar ao Benfica vs FC Porto desta quarta-feira, onde não existirá um único bom jogador.

Os ginásios são todos iguais, fala-se sempre de futebol com desdém, nunca ninguém é bom. Até já ouvi que o Messi ou o Cristiano Ronaldo são uma merda, e quando passa uma mulher gira, é cu e mamas para todo o lado, é faz e acontece, mordia e palpava, mas no fim o que interessa é, veemente dizer que alguém não joga um caralho. Isto é que é de homem, o resto são circunstâncias.

Aqui há gato!