quinta-feira, 31 de outubro de 2013

São Miguel

Poderia ter sido um desastre, pois o tempo não ajudou. Um nevoeiro cerrado não deixou ver nada mais do que as nossas mãos, porém o que podia ter sido um desaire completo, tornou-se numa excelente experiência pelos Açores com novas descobertas (salto do Cabrito e Salto do Prego) e os inúmeros encantos da região.


Em minha companhia levei, nada mais, nada menos, que as duas melhores amigas – pessoas preponderantes na minha vida e que, contra tudo e contra “todos”, se mantiveram ao longo do tempo ao meu lado -, que tenho. Puxando pela imaginação tentaram chegar à ideia da Lagoa do Fogo ou das Sete cidades, pois com o nevoeiro existente na altura só a imaginação podia dar vida às montanhas e vales de São Miguel. Já de cabisbaixo, o Sol fez das suas e deu um ar de sua graça. Foi no último dia foi possível ver “tudo” e aí mostrar do que é feito aquela terra que toca a magia. Continuo a dizer – não conheço todo o Portugal -, é a região mais bonita de Portugal. Porém, ainda não sabíamos que esse último dia não seria o último, mas sim o penúltimo, pois com o voo de regresso estava cheio, tivemos que ficar mais um dia pelos Açores, onde descobrimos o salto do prego; uma maravilha da natureza. 

Quem sempre nos ajudou foi um Hyundai-Picanto que, sendo um 1000 de cilindrada, fez de 4x4 em subidas íngremes, e pisos manhosos. Que máquina! Qualquer coisa que não fosse uma descida, ou queda livre, não passava dos 60Kms/h, recorrendo sistematicamente à 1ª velocidade para sentirmos todo o seu poder – Nenhum! Ainda bem que tínhamos uma música para descontrair. “Bailámos” ao som dos Velvet Carochinha! Que malha!

Fomos sempre recebidos com um sorriso nos lábios. Gentes de boa rês que facilitam o contacto e o gosto pela terra. Ficámos num hotel bastante simpático (Hotel Arcanjo – Lagoa), com uma excelente relação qualidade/preço. Relembro que, ir a São Miguel à descoberta, não é para fazer Spas ou estar na piscina, portanto, um hotel tem que ter boa cama e pessoas simpáticas à volta, sempre prontos a ajudar. Adorei o pessoal do Hotel. Não me queria ir embora sem dizer que tivemos o prazer de comer num restaurante pitoresco perto do Hotel com uma excelente comida da terra; (Casa de pasto – Restaurante). Vale bem a pena deliciar-nos com tudo o que tem para oferecer.


Foi uma boa viagem, sempre na companhia dos melhores. São estas coisas que interessam na vida. Quem sabe se para o ano não vamos até ao Pico com mais pessoas. Ou então, vá, até Caxias. ;) Lanço o mote.

Aquele abraço,

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Do céu para os Homens

Play me first

Ouve-se um trovão, seguido de um silêncio. Nunca saberemos porque o fazemos, pelo que consta, fazemo-lo desde os primórdios do tempo mantendo assim a ordem e a regeneração de toda a vida no Universo que lhe cabe na palma da mão. Somos aos milhões, voando numa amálgama dourada onde a luz se multiplica a cada bater de asas, num zimbório de calor maternal, um frenesim mudo de corpos despidos pendurados em asas brancas que rodopiam entre o caos e a harmonia até chegar a hora de nos deixarmos ir. É a missão que todos temos, dando continuidade ao tempo até que ele meta fim a si próprio. Aqui também pensamos no que existirá depois do tempo acabar e o porquê de ele existir, levamos connosco essa única curiosidade grandiosa que nos apoquentará até ao fim da nova vida.

Descontraímo-nos. Num último sopro olhamos para trás e contemplamos o que deixamos. Aquilo que os humanos chamam céu, é um simples assento onde vagueamos dentro de nós pensando e repensando o que queremos voltar a fazer e, aí, ninguém sabe em que nos tornaremos. Entramos no carrossel como se o tivéssemos feito desde sempre, andamos em círculos até chegar a nossa vez. Somos sonho, somente isso, vislumbre do que será uma vida depois de nos despirmos de todos os sentimentos e sabedorias. Fechamos os olhos e desconectamos do mundo divino. Abraçamos a morte com um beijo inocente, na saudade de voltar para sempre aos seus braços. 

O corpo contrai-se, resquícios de termos sido outrora humanos. A mão que nos segura, larga-nos num espaço que nos parece infinito. A viagem parece-nos longa, repleta de penas soltas e redopios. Tornamo-nos pesados, tão pesados que as asas são arrancadas do nosso corpo. Gritamos não pela dor, mas pela viagem, que a fizemos vezes sem conta mas que, mesmo assim, sentimos medo. 
 
As imagens apagam-se com o tempo, as memórias soltam-se do espirito. Dá-se o enlace, caímos num mar quente, tão quente como no princípio do tempo. Cegos, sem memória, sem asas, assim nascemos para o mundo empalamado, com o choro de um grito.

- Parabéns, é um menino.

(dedicado à minha querida amiga Vera, com os meus parabéns pela tão difícil conquista)


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O sonho no Inconsciente

Depois de caminhar durante uma vida, chego ao meu mais profundo e inóspito interior. Entre milhares de feixes luminosos, sons e sensações nunca antes sentidas percorro toda minha vida em pouco mais de dois segundos. Dois portões que se perdem numa infinita altura surgem pela frente, parando todo e qualquer movimento da minha caminhada. Este frontispício forjados a ferro fundido, calcinado pelo padrasto tempo, é assustador. Sinto com as minhas mãos um áspero e arrepiante som metálico, aquando forço a entrada. Algo me diz que não devia estar por ali. Pequenas e grandes estátuas movem-se lentamente, olhando para o meu esforço estóico, quase aflitivo para passar a barreira metálica que me encarcerava do lado de fora. Pequenas lascas de pedra saltam dos seus corpos em movimento repousando sem qualquer som num chão rochoso e sujo. Parece que não se moviam faz tempo; muito tempo. O portão fica entreaberto para não mais mover-se. Morre o seu guincho dilacerante. Sinto as centenas de estatuetas semi-humanas fixarem-me no seu curto horizonte. Todo o ambiente é húmido, colorido a cinzento pintalgado de verde seco. Arrepia estar por ali, sozinho. Um pequeno raio de luz atravessa todo o ambiente vindo do céu. Faz-me lembrar quando num dia coberto de nuvens negras um raio de sol abre caminho até ao mar. Esse raio projectava-se sobre uma poltrona, grandiosa e imponente pelos detalhes. Aproximo-me, sempre vigiado pelos inúmeros olhos de pedra que fazem questão de me marcar. Deambulando pelos trilhos do caminho sinuoso, consigo chegar até ao espécime híbrido que se encontra sentado e iluminado. A sua cabeça de cavalo puída pelo tempo começa a estalar, tentando endireitar-se para me olhar. Dou um passo atrás, assustado com o que vejo. De repente o seu único olho interroga o consciente. 

– Que me queres? – Pergunta com desdém. Ainda surpreendido por toda a envolvente respondo-lhe de sobrolho inquisitório. 

- Onde estou? – Começa a murmurar entre dentes uma linguagem que não entendo. Ecoava por todo o lado numa gravidade crescente, fazendo lascar os demais pilares jónicos que seguravam a névoa celestial. Quando olho para trás todas as estatuas estava alinhadas geometricamente. 

– Este é o teu inconsciente.

Entro em sobressalto para tentar perceber o que se passa à minha volta. Ele continua. 

- Foi isto que construíste ao longo dos tempos. Nunca vieste para perceber o teu íntimo e mortal instinto. Esta é a tua profundeza inóspita. Aqui jazem os teus mais profundos pensamentos, os teus receios e os sonhos que nunca quiseste vingar.

Olho em redor, começando a reconhecer as pequenas e grandes estatuetas com alguns objectos nas mãos. Objectos que me traziam resquícios de vontades já passadas e cilindradas pelo tempo. Aquele avião pequeno, aquele tubo de ensaio, um livro, um violino, a bola, a raquete e os demais, implodiram em mim. A saudade encheu-me o pensamento, mas logo sou acordado desse sonho inconsciente.

– Portanto o que te pergunto é o seguinte: Olha para ti como se olhasses para um estranho. O que vês?

As estátuas começam a desfazer-se e as grandes colunas jónicas zumbem ao sabor da queda que as transformam em poeira cimentada. O último a desaparecer foi o híbrido, cuja cabeça de cavalo se transformava a golpes de erosão numa cabeça humana. Reconheci-a.
Acordo com essa pergunta na cabeça. Existe um manuscrito em cima da minha cama, perto da minha cabeça que resvala entre duas almofadas.

“ Vive os teus sonhos. Transforma a tua vida. “
  


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Para que nunca se esqueça.


"Tenho 46 anos, e sou membro do NSDAP desde 1922; membro da SS desde 1934, e da Waffen SS desde 1939. Fui membro da Unidade de Guarda da SS, mais conhecida como Totenkopfvërband desde Dezembro de 1934. Fui administrador dos campos de concentração desde 1934, servindo em Dachau até 1938; Então como auxiliar em Sachsenhausen de 1938 a 5 de Janeiro de 1940, quando fui promovido ao posto de Comandante de Auschwitz.

Permaneci em Auschwitz desde 12 de Janeiro de 1943 e estimo que no mínimo 2,5 milhões de vítimas foram executadas e portanto exterminadas lá por envenenamento gasoso e carbonização, e no mínimo outras 500 mil sucumbiram à doenças e à inanição, totalizando assim aproximadamente 3 milhões de mortes. Esta cifra representa mais ou menos 70 ou 80% de todos os prisioneiros que para Auschwitz foram enviados, os demais foram seleccionados e usados para o trabalho escravo nas indústrias dos campos de concentração; inclui-se dentre os que foram executados aproximadamente 20.000 russos, prisioneiros de guerra que foram entregues em Auschwitz por oficiais da Wehrmacht, e nos transportes da mesma. O restante das vítimas inclui mais ou menos 10.000 judeus alemães e um grande número de cidadãos, maioritariamente judeus, da Holanda, França,Bélgica, Polónia, Hungria, Tchecoslováquia, Grécia e de outros países.

Nós executamos aproximadamente 400.000 judeus Húngaros em Auschwitz no verão de 1944. Execuções em massa através de envenenamento gasoso tiveram início durante o verão de 1941 e continuaram até 1944. Eu, pessoalmente, supervisionei tais execuções em Auschwitz até 12 de Janeiro de 1943, e sei o porquê de ter continuado em minhas funções, na superintendência dos campos de concentração, W V H A, nos quais tais execuções prosseguiram como declarado acima. Todas as execuções por envenenamento gasoso ocorreram sob ordens directas da RHSA (Reichssicherheitshauptamt), eram portanto de sua total responsabilidade. Sendo assim recebi todas as ordens de executar tais genocídios directamente da RSHA. A solução final da questão Judaica significou o completo extermínio de todos os Judeus na Europa.

Outro melhoramento que fizemos em relação ao campo de Treblinka, além do Zyklon B, foi termos construído cada uma de nossas câmaras com capacidade para acomodar 2.000 pessoas, enquanto em Treblinka cada uma de suas dez câmaras tinha capacidade de acomodar 200 pessoas. O modo como nós seleccionávamos nossas vítimas era a seguinte: Nós tínhamos 2 médicos da SS a serviço em Auschwitz, para examinar os prisioneiros recém-chegados. Tais prisioneiros seriam encaminhados para um dos doutores que faria rápidas considerações e decisões acerca do futuro do mesmo. Aqueles que eram compatíveis para o trabalho eram enviados para os campos, enquanto outros eram enviados imediatamente para as instalações de extermínio. Crianças eram invariavelmente eliminadas, pois suas idades as desabilitavam ao trabalho. Ordenaram-me estabelecer instalações de extermínio em Auschwitz em Junho de 1941. Naquele tempo já havia 3 outros campos de extermínio: Belzek, Treblinka e Wolzek. Tais campos estavam sob o Einsatzkommando da SD(Sicherheitsdienst). Visitei Treblinka para descobrir como executar tais extermínios. O Comandante do Campo de Treblinka contou-me que tinha conseguido liquidar 80.000 no curso de metade de um ano e que era encarregado do extermínio de todos os judeus do Gueto de Varsóvia. Ele usou monóxido de Carbono pra tal finalidade, mas não achei que seus métodos eram suficientemente eficientes. Então construí o complexo de extermínio e introduzi o Zyklon B, que era ácido prússico cristalizado. Tal ácido era lançado nas câmaras por um pequeno orifício. Nós sabíamos quando todos já haviam morrido, porque eles paravam de gritar, geralmente esperávamos mais ou menos meia hora antes de abrirmos as portas para remover os corpos. Depois de removidos, tínhamos de tirar os anéis dos cadáveres e extrair seus dentes de ouro.
Auschwitz-Birkenau

Outra benfeitoria em relação à Treblinka, foi que neste supracitado campo, a vítima já tinha conhecimento de que seria aniquilada, já em Auschwitz nós nos esforçávamos para enganar as vítimas, fazendo nas pensar que seriam submetidas a um processo de retirada de piolhos. É claro que frequentemente eles percebiam nossas reais intenções, e tínhamos portanto confusões e dificuldades, devido a este fato. Muitas vezes as mulheres escondiam seus filhos debaixo de suas roupas, mas nós os encontrávamos e mandávamos os mesmos para o extermínio. Tentávamos executar tais extermínios em segredo, mas o terrível e repugnante odor da contínua carbonização dos corpos permeava entre os que viviam em Auschwitz, a ideia do que lá ocorria.

Nós recebíamos de tempo em tempo prisioneiros especiais do gabinete da Gestapo. O médico da SS assassinava tais prisioneiros por injecções de Benzeno. Tais médicos tinham ordens para forjar certificados de óbito comuns e pôr nos mesmos quaisquer razões para todas as mortes. De vez em vez conduzíamos experimentos médicos em prisioneiras, incluindo esterilização e experimentos relacionados ao câncer. A maioria das pessoas que morriam nestas experiências já haviam sido condenadas à morte pela Gestapo.

A declaração acima é veraz, por mim ela foi feita voluntariamente, sem qualquer tipo imposição. Tenho assinando-a em Nuremberga, Alemanha, em 4 de Abril de 1946”. — Excerto do testemunho dado por Rudolf Hoss no Julgamento de Nuremberg.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Política é caso de Polícia? Não, é caso para o Povo.


Em que se transformou a política nestes tempos modernos, onde todos defendemos a democracia, mas o mais elementar instrumento não o utilizamos para proveito próprio; o voto. Agora que ouvimos falar em cortes na ordem dos 8% nos ordenados da função pública acima dos 600 euros, penso; no que anda o povo a fazer? No que andamos todos nós a fazer? Será que no acto eleitoral estamos a ser devidamente representados na assembleia? Somos ensinados que esta república representativa represente – passo a redundância -, o povo no parlamento mas, não creio que exista nenhuma pessoa que antes de votar soubesse o que se iria passar. 

Bem sei que esta conjectura não é favorável em toda a Europa, muito menos para os P.I.G.S, mas nesse caso estamos a ser enganados todos os dias. No acto eleitoral, votamos num menu onde só conhecemos o chefe da cozinha e esse mesmo chefe, com toda a pompa e circunstância, apresenta o cardápio que nos faz ou não ficar com água na boca. Quem não gosta de comida elaborada? Todos, penso. Porém, esse cozinheiro sabe, de antemão, que não tem batatas, arroz, filet mignon nem nenhuma especiaria para confeccionar o alimento, contudo vende o produto como sendo o de melhor qualidade. O pior acontece quando mandamos vir o prato escolhido pela maioria e nos deparamos com um prato sem filet mignon. Há lá qualquer coisa, mas não é o filet mignon. O nosso cérebro entra em negação e as nossas papilas gustativas transformam aquela argamassa em filet mignon. É essa a capacidade que o nosso cérebro tem. A realidade não espera por nos bater à porta e o Chefe de cozinha que agora elegeu a seu belo prazer os seus sub-chefes, dita o que vamos comer nos próximos 4 anos. Reparamos então que nada tem a ver com a carne tenra apregoada. Mas… e depois?

A analogia política é fácil de fazer, é sempre preocupante constatar que o governo que apresentou um menu antes de ser eleito, se distanciou abismalmente do mesmo. Não nos podemos esquecer que sem NÓS eles não podem nada. Portanto, nas próximas eleições votem, pois ao que parece – tendo em conta a taxa de não votantes -, metade de Portugal está-se borrifando para isto. Até quando é que vamos ter medo deles? Eles precisam de nós, mais do que nós deles. 

Sei que o medo de perder tudo faz o povo ter ainda mais medo e vamos aceitando estas  medidas, com pouca ou grande dificuldade, mas aceitamo-las. Por muitas greves que se façam, seja no terreiro do paço, seja na ponte, a máquina do cozinheiro vai continuar a desvirtuar o menu apresentado. Só nos resta o tribunal constitucional para travar esta megalomania. Lembro que há pessoas que já nada têm e que se olhavamos para a Grécia com olhos de desconfiado, está na altura de olharmos melhor para o futuro de Portugal.

Deixo um pequeno vídeo, com a esperança de passar a mensagem de que o Povo continua a alimentar esta espécie de pessoas na política e portanto, cabe ao povo, através do voto, destituir esta … gentinha.


Já agora acrescento que, esse primeiro ministro a que PPC se refere (como mentiroso) é José Sócrates. Irónico não é?

Só, à espera que alguém se sente.

"Sempre admirei quem seguisse a sua palavra, mas custa quando a palavra é contra nós mesmos. Lutamos tanto e não nos apercebemos que vivemos no erro, porém viver com a dúvida é o pior que existe. Assim, ficamos no erro, confortavelmente abraçado a ele, num sufoco lento como uma valsa mortal. Mesmo assim pensamos que é melhor do que qualquer outra coisa. Apegamo-nos com tudo o que temos, não conseguindo ver mais nada. Porém o tempo passa. Oh! Se passa. Depois de todos os mares navegados, voltamos a terra exaustos, com o pensamento dizimado. Sentimo-nos sozinhos à espera que alguém se sente. Fiquei sozinho no balouço que outrora lhe pertenceu." - in  A mente de Gorki Pavel

Por que será que temos sempre esta tendência de nos magoarmos, repetida e indiscriminadamente quando, aí, não há qualquer esperança que nos conceda a felicidade?


terça-feira, 8 de outubro de 2013

De punhal em riste parti

De punhal em riste parti
No deserto do tempo passei
Queria ir atrás de ti
Matar a saudade, pensei

Caminhei dias a fim
Contigo no pensamento
Esperando dentro de mim
Os teus braços nesse momento

A saudade no peito levei
Com sede de te beijar
Minhas memórias olhei
Para me, fazer chegar

Foi assim que assim cheguei
Cansado, em tempo quente
Foi aí que te falei
Ao coração confidente

Já não me querias de volta
E olhaste-me de soslaio
Chorei com a minha revolta
É agora que daqui saio

De punhal em riste parti
Mas não fui longe, é certo
Lembrei-me sempre de ti
Sempre, de peito aberto

Lembrei-me do teu olhar
Nas chuvas e na emoção
Cansado de caminhar
Fui levado p'lo coração

Foi então que decidi
Pelo punhal e pela dor
À vida meti o fim
Por viver sem teu amor.

Vasco Ribeiro 2013

Não estamos sós.

Há pouco mais de um par de anos, foi encontrado na Rússia um pequeno parafuso. Até aqui nada de especial, ou não fosse o nosso mundo pejado de parafusos por toda a parte, porém este não era um parafuso vulgar, mas sim um parafuso embutido numas rochas como algo metálico fundido nas mesmas. Não deixa de ser curioso que, estas rochas e o parafuso, tenham uma idade de 300 mil anos. É de notar que, o ser humano, seja datado de pouco mais de 80 mil anos de existência, portanto, a comunidade científica ficou intrigada com esse pequeno objecto metálico. De onde veio? Quem o construiu? 

Todos nós ouvimos pelo menos uma história de extraterrestres. Fomos confrontados com este tipo de assuntos principalmente na nossa adolescência, onde entusiasticamente, discutíamos a veracidade do que nos chegava. O tempo passa e deixamo-nos dessas coisas, parecendo que já não faz sentido pensar nisso, relegando para segundo plano a grande questão universal: Estaremos Nós sós? 

Para muitos, estes seres, visitam-nos diariamente, para outros, essas visões não passam disso mesmo; ilusões. Sejam elas absurdas ou muito convincentes, a história está repleta de objectos não identificados em esculturas, pinturas, testemunhos escritos, etc. Mesmo podendo ser interpretados como algo de divino e religioso, pois 98% da população mundial acredita numa entidade superior, existem objectos/seres não identificados que são transversais a todas elas. Discos voadores, seres com aparência humana, bolas de fogo luminosas; tudo existe na riqueza da história ancestral. 

Será que somos o único planeta no universo com vida “inteligente”? 

Muitos dos túmulos das, pouco mais de 19, civilizações existentes e conhecidas até hoje, são verdadeiras obras arquitectónicas, e muitos historiadores crêem que não só eram para imortalizar os seus faraós ou reis numa questão religiosa, mas também de comunicabilidade com seres de outros planetas. Desde as pirâmides do Egipto até aos guerreiros de Terracota deQin Shin Huan - como curiosidade, foi na sua altura que foi construída a Muralha da China -, toda a tecnologia utilizada ainda nos deixa de boca aberta. Será que essa tecnologia foi desenvolvida, ou oferecida? 

Existem muitas teorias sobre a grande questão acima referida, porém quero afastar-me um pouco delas todas. Há sem dúvida factos indissociáveis da imaginação humana e muita teoria  da conspiração (ex: Roswell e Área 51), mas olhando para a diversidade na Terra e todo o conhecimento biológico, chego à mesma conclusão de Carl Sagan no seu fantástico livro “Contacto”; “Seria um desperdício de espaço”, se tudo isto fosse só para nós. 

Vivemos numa galáxia com 500 mil anos-luz de diâmetro, repleta de milhões e milhões de estrelas, planetas, cometas e asteróides. A certeza não se pode ter quando as dimensões são “impossíveis” de medir, portanto só podemos falar de probabilidades quanto às grandes questões da humanidade. Mesmo que exista somente um planeta com vida em cada galáxia (A nossa é bem pequena), mesmo assim existiram biliões de planetas com vida neste universo fantástico. 

Aqui há gato, e é verde!

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Bonecas de boca aberta, que não falam.

É um fenómeno à escala nacional que me deixou de queixo caído. Ao que parecer, existe uma proliferação de bonecas que relegam para segundo plano as mulheres japonesas. Para um comum homem latino, isto ultrapassa todos os limites. Como é possível um homem substituir uma mulher por uma boneca, por muito semelhante que possa parecer? Essas bonecas são feitas por encomenda e tudo pode ser construído à vontade do freguês. Mamas grandes, pequenas, coxas largas, silhuetas perfeitas, rabos empinados ou em forma de pêra, lábios carnudos ou finos, tudo pode ser transformado para belo prazer do homem. Não há, porém, um cérebro por detrás da pele “ciliconeada” e de seios fartos. Este fervoroso salto tecnológico, que substituiu as famosas bonecas insufláveis criadas pelos nazis para que as doenças venéreas não se propagassem, tornou-se num caso complicado para gerir por partes da mulher japonesas, que se vêem a braços com uma vida sem homens. 

Hoje em dia, os homens levam a jantar bonecas que não comem, a passear sem que seja preciso falar, e 
o melhor – segundo esses homens -, elas nunca dizem não ao que seja. 
Numa vida repleta de stress, que muitas vezes leva ao suicídio, os homens não têm paciência para dar prazer às mulheres, que por sua vez são exigentes quanto ao carinho e mimo que pretendem. Daí o aumento da compra destas bonecas que não são só “bonitas” e apelativas ao tacto, mas também porque têm a finalidade das suas ancestrais; o Sexo à velocidade do homem que a comprou. Como ouvi dizer um comprador, “Eu quero é despachar-me em 3 minutos e ir dormir, porque estou cansado.”. 

Bem sei que homem e a mulher são diferentes em todos os aspectos, em alguns tiramo-nos do sério uns aos outros, mas será mesmo necessário este corte tão radical da nossa socialização? Será um acto de egoísmo? Este negócio de olhos em bico, faz-me lembrar um filme da minha adolescência; “Cherry 2000”, um protótipo de mulher robot super avançado. Linda de morrer, com uma inteligência artificial por detrás do corpo escultural, fazia o deleite de todos os homens. Parece que a ficção científica se tornou realidade. Já substituímos os cafés pelos chats, o álbum de fotografias pelo facebook, as opiniões pelo twitter, os amigos por muitos conhecidos mas, será que estamos a ficar desumanizados com tanta tecnologia ao ponto de nos substituirmos como seres sociais que somos? 

Não percebo como uma mulher pode ser substituída por uma boneca revestida numa película de silicone. Mais um passo atrás no caminho sinuoso das mulheres asiáticas. Espero que não se propague. Será que os homens também serão substituídos por bonecos Ken de pila grande, ou larga, ou o que seja, que dê prazer às mulheres?


Aqui há gato!