segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Her

Her, é um filme notável, com um excelente argumento o qual nos faz pensar no futuro da nossa sociabilidade. Até que ponto o mundo virtual chegará para colmatar as nossas necessidades afectivas é o cerne da questão deste filme.

Dissertando um pouco pela evolução tecnológica, hoje em dia somos bombardeados com novas oportunidades de expandirmo-nos. Seja através de lugares de conversação online, facebooks, porno-chachadas e afins, tudo tem uma nova dimensão no que toca ao contacto humano. Tanta tecnologia, mas nem por isso, isso nos torna mais “humanos” no conceito romantizado e literário. Vejo pessoas que se apaixonam por o mundo de uma forma virtual, que correm para os telemóveis e computadores para ver quem lhes fez like, quem está do outro lado para poder falar ou até, quem sabe, apaixonar-se. É um rame-rame constante de sons de alerta que disparam a toda a hora. Quem será desta vez que quer contactar comigo? Uma foto bonita e dois dedos de conversa e as pessoas (não generalizo, claro), mudam de curso de vida. Pergunto: Será isto a evolução de todos nós. Terá tudo a tendência para a Entropia?

Será mais real um abraço, ou um smile? Parece que toda a diferença que possa existir nestes dois simples conceitos se dilui no tempo. Já vi pessoas tristes por não receberem os likes suficientes para o seu Ego. Leva-me a crer que há uma dependência da mão virtual que nos afaga o Ego. Vivemos disto nestes tempos. Este filme fez-me pensar em muitas coisas, mas fez-me ter uma “certeza” sobre o lado desumanizado em que nos podemos tornar. Tornamo-nos sós, todos sós, mas rodeados de gentes com as quais não queremos contactos.

Todos cheios de sorrisos por receber simples like. Utilizo aqui a palavra like, não que tenha algo contra o Facebook, mas somente alusivo ao lado virtual do sistema do filme.

Não faço juízos de valor sobre quem depende para viver destes instrumentos saciadores de prazeres ocultos. Cada um é dono e senhor da sua vida, mas este filme genial foca-se no amor que todos queremos sentir e que muitas vezes só é possível através de uma inteligência artificial e não com uma pessoa real.

Seremos sempre presas fáceis para qualquer sistema cuja inteligência só servirá para nos expor as fragilidades e apoderar-se das nossas carências. Mas isso, deixar-nos-á entretidos até ao fim da vida. Por muito que as pessoas pensem num mundo não material, ou até mesmo cibernético, é esse mesmo material cósmico que nos torna reais não o contrário.

Mas… Whatever works.
Vale a pena ver. É muito bom!


Abreijos,
Vasco

Sem comentários:

Enviar um comentário